Enquanto houver garotos chateados o heavy metal continuará existindo. -OZZY OSBOURNE
Nunca na história musical mundial até agora houve um estilo musical tão controverso e envolto em polêmicas quanto o heavy metal. As polêmicas envolvendo fãs, artistas, drogas, bebidas, mortes, satanismo e desobediência civil sempre foram à marca registrada preconceituosa do Heavy Metal. Surgido pela junção do hard rock, blues, rock n’ roll e jazz no Reino Unido e logo depois se espalhando pelo mundo, o Heavy Metal já inicia sua “carreira” em volto de polêmicas.
A primeira banda a se ter noticia de tocar metal é o Black Sabbath, que surgiu numa zona operaria de Birmingham, próximo a Londres em 1968. Já no inicio da carreira o Black Sabbath já encontrou resistência dos conservadores religiosos que viam em seu som denso, pesado, sombrio e até mesmo satânico (devido as musicas N.I.B e Black Sabbath do primeiro álbum da banda) uma ameaça aos jovens e seus valores cristãos de boa convivência. Além do Sabbath mais duas bandas surgiram no Reino Unido formando assim a “trindade do metal”, e são elas: Deep Purple (embora exista inúmeras divergências entre críticos e estudiosos do estilo que afirmam que o DP apenas fazia um hard rock no inicio de carreira, outros falam hard core e outros as primeiras pegadas de heavy metal) e Led Zeppelin. Estas bandas não tardaram muito a se tornarem populares no Reino Unido, Europa e América e daí o resto do planeta.
Sempre quando falamos em Heavy Metal logo associamos a imagem de homens cabeludos vestidos com camisetas pretas, calças jeans justas, correntes e pulseiras com espinhos tocando guitarras ultra distorcidas, com uma bateria com ritmo rápido, um baixo penetrante e um vocal gritado. Logo também nos vem à cabeça um bando de loucos que fazem besteiras tanto dentro do palco quanto fora dele. Um bando de drogados sem perspectiva de futuro que mais cedo ou mais tarde poderá morrer de overdose. Outra imagem que também associamos ao heavy metal é de ser exclusivamente masculino. Um estilo com predominância de homens e fechado para as mulheres. Vemos esse estilo como um estilo “musico-cultural” tradicionalista a suas origens. Mas será que o Heavy Metal é apenas isso?
A historiografia brasileira parece ter se fechado para esse novo mundo ainda inexplorado e extremamente vasto até onde se tem noticia. A complexidade de se trabalhar o heavy metal e seus subgêneros musicais não param apenas no tipo de música que se toca, as vestimentas e sua possível “biografia” ou biografia de bandas. Trabalhos interessantes podem surgir de uma análise mais aprofundada deste tema. Ora, qual outro estilo musical fora capaz de estar presente em todos os cantos do mundo, incluindo países onde este estilo é terminantemente proibido por decreto e ainda sim seus fãs realizam festivais, montam bandas, deixam seus cabelos crescerem, tem acesso aos discos das suas bandas favoritas e lutam contra essa repressão dos estados autoritários? Acredito que no máximo que se tenha chegado perto disso tenha sido a música erudita que ainda sim fica restrita as altas rodas sociais, que diferente do heavy metal, este acaba atingindo justamente as classes mais baixas de proletários e até mesmo de classes mais altas. Não que os eruditos não atinjam também as classes mais baixas, mas em proporção,o heavy metal acaba se tornando um “estilo das massas”. Devemos tomar cuidado com essa nomenclatura, pois não confunda essa denominação com aquelas denominações que se tem para músicas populares como no caso do Brasil tem-se o funk carioca, o axé, sertanejo e outras. O heavy metal mesmo atingindo as classes baixas fica restrito a grupos de fãs que se identificam por uma série de sinais e símbolos quase ritualísticos.
A complexidade de se trabalhar esse estilo musical está também em tentar analisar a religião, a influência social, as ideologias, as formas de trabalho, os diferentes níveis do campo da ciência que acaba se mesclando ao trabalho de inúmeras bandas, as influências em estados autoritários, as classes que o mesmo acaba atingindo e diversos outros pontos interessantes de serem analisado. Os ranços que se tem sobre este mundo as vezes fazem barrar o interesse de inúmeros pesquisadores que tentam voltar parte de suas pesquisas para o heavy metal. E é curioso notar também que o heavy metal não trata-se apenas de uma única tribo urbana, mas em várias outras ramificações que existem para cada subgênero do heavy metal como o death metal, Black metal, thrash metal, symphonic metal e outros.
Enfim, tentarei ao longo de alguns meses trabalhar e elaborar alguns ensaios descompromissados sobre este curioso mundo do Heavy Metal. É um trabalho complexo que exige um gasto de tempo grande, inúmeras leituras complementares para daí sim chegar a 1% de análise deste curioso e inexplorado mundo. Tentarei elaborar alguns ensaios sobre a religião, divisões sociais, gênero (referente à sexualidade), História e historiografia, preconceitos e conceitos. O metal pode ser muito além de uma musica barulhenta para passar para uma temática enigmática e complexa de se trabalhar.
Que postagem... uma aula, cara! Parabéns... a partir de agora estou te seguindo, pois vi que existem outras postagens interessantes... caso queira me seguir também seria um prazer. Este é o link do meu portal:
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