terça-feira, 21 de setembro de 2010

Pontos curiosos da PL 122



O debate não é contra os homossexuais, mas sim contra essa lei ridícula chamada PL 122. Somos contra homossexuais? Eu pelo menos não tenho nada contra, mas com relação a essa lei, sim eu tenho! Sou homofobico por causa disso? Não! Porque não tenho medo e nem aversão a homossexuais, a menos que os mesmos me ameacem com agressão, me insultem e façam coisas desse gênero contra minha pessoa, ai sim terei algo contra a pessoa que me infligiu esses danos. Espero que isto esteja claro para todos, certo?
            E a lei? Qual o problema com essa lei?
Todos e mais alguns. A começar pelo chover no molhado. Essa PL 122 que surgiu como uma lei para impedir o aumento e a continua pratica de agressões contra homossexuais de cunho ideológico, físico e psíquico não terá este efeito e foi uma total perda de tempo pois todos os direitos de negros, brancos, índios, religiosos, heteros e homos assim como qualquer outro ser humano já estão assegurados pela Constituição Federal do Brasil de 1988 onde lemos claramente:
“Artigo 5º da Constituição Federal
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;” {http://www.culturabrasil.pro.br/artigo5.htm}

Só por esse artigo já torna toda a PL 122 anulada por ser totalmente anti constitucional, pois se partimos do pretexto de que somos TODOS iguais perante a lei, então não é lógico haver leis que tornam alguns “mais iguais” que os demais. Não é justo que uma pessoa por motivo de escolha afetiva tenha mais direitos resguardados do que outras pessoas que não compartilham desses mesmos motivos de escolhas afetivas. Não é justo um grupo de pessoas terem mais privilégios na lei, havendo mais voz perante um malefício sofrido do que outros grupos de pessoas que sofrem os mesmos malefícios mas não são atendidos nos âmbitos da lei. Se somos todos iguais, então não à a necessidade de leis que beneficiam outros grupos e me discrimine por não compactuar com as mesmas idéias e filosofias desses beneficiários. Isto é ANTI CONSTITUCIONAL!

E porque a PL 122 fere a Constituição? Por este artigo:

§ 5º O disposto neste artigo envolve a prática de qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória, de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica; (NR)”

É ruim ser discriminado? É. Mas não é apenas homossexual que é discriminado. Ser discriminado de forma filosófica? Como assim? Isso se refere as religiões? Se for, então todos os padres e pastores que tem como filosofia de vida monástica ou do cotidiano que homossexualidade é algo imoral deveriam ser presos, pois discriminam um certo grupo. Certo? É! Pela lei sim. Mas como tratar com o cidadão religioso que pensam assim como seus padres e pastores? Eles deverão ser presos também por acreditar em algo totalmente diferente do que os homossexuais querem? Por seguirem uma filosofia que tem o homossexual como algo a ser evitado, deverão ser presos? Porque? Será que são apenas homossexuais que são discriminados por ordem moral, ética, filosófica ou psicológica?

Lemos na PL 122:

“ Art. 1º Altera a Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, definindo os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero.
Art. 2º A ementa da lei passa vigorar com a seguinte redação: “Define os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero (NR)”

Não estou lendo ai a inclusão de músicos, pessoas gordas, magras, baixas ao ponto do nanismo, pessoas altas demais, deficientes físicos, ateus, pessoas com visão política distinta [comunistas principalmente] entre outros grupos sociais que sofrem discriminação a todo instante por toda a sociedade. Porque os homossexuais têm esse direito de modificar a lei em beneficio próprio e metalleiros, rockeiros, pagodeiros, funkeros, pessoas gordas ou magras, pessoas baixas ou anões, deficientes físicos e ateus não são resguardados por essa ementa? Estas pessoas acima citados também sofrem discriminação no trabalho, nas ruas, nas escolas e nas igrejas também! Os ateus tem um caso quase similar de discriminação como os homossexuais. Foram e são perseguidos pelas religiões de todo o mundo, foram queimados na Inquisição, são mortos em países islâmicos, são discriminados em entrevistas de emprego, são discriminados em escolas e universidades, são discriminados por outras pessoas que descobrem essa condição de pensamento do individuo sofrendo taxações pejorativas serias que ferem a honra e a moral do individuo. E porque eles não são resguardados por essa lei como os homossexuais? O que torna os homossexuais mais especiais?
“Ah você é homofobico e ta morrendo de medo da lei. Seu homofobico!!”
NÃO! Não sou homofobico. Só não concordo que um grupo de pessoa tenham mais privilégios na lei do que eu e os demais que não concordam ou não compactuam com suas escolhas, pois pela própria constituição temos o direito de contestar e não concordar com certos pontos defendidos por homossexuais.
Outra questão curiosa e preocupante. O trabalho. É correto afirmarmos que existem pessoas mais qualificadas do que outras e isto é um caráter discriminatório na hora de selecionar uma pessoa para o mercado de trabalho. Ou seja, terão que ser escolhidos pessoas capazes de executar o trabalho ao qual está sendo contratado sem ser discriminado por raça, cor, etnia, SEXO [normalmente isto já incluiria as demais categorias de gênero, pois alguns grupos definem a homossexualidade como sendo um terceiro sexo], orientação religiosa e nacionalidade. Mas pela lei PL 122 ficou complicado dispensar um homossexual. Mesmo os motivos não sendo referentes a opção sexual do individuo demitido, o mesmo com esta lei poderá sentir-se discriminado e mover uma ação contra a empresa alegando ato de homofobia.



 Art. 4º Praticar o empregador ou seu preposto, atos de dispensa direta ou indireta. Pena: reclusão de dois a cinco anos.
 Art. 6º Recusar, negar. impedir, preterir, prejudicar retardar ou excluir em qualquer sistema de seleção educacional, recrutamento ou promoção funcional ou profissional.
 Art. 8º Os artigos 16 e 20, da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passam a vigorar com a seguinte redação:
 “Art. 16. Constitui efeito da condenação;
I - a perda do cargo ou função pública para o servidor público;
II - inabilitação Para contratos com órgãos da administração pública direta, indireta ou fundacional;

 § 2º Quando o ato ilícito for praticado por contratado, concessionário, permissionário da Administração Pública, além das responsabilidades individuais será acrescida a pena de rescisão do instrumento contratual do convênio ou da permissão.

O que vocês entendem por essa parte de lei? Eu entendo que caso um homossexual por qualquer motivo que seja, não sendo ligado apenas a questão de sexo ou gênero for dispensado de seus ofícios o mesmo poderá mover uma ação contra seu contratante e alegar discriminação por sexo ou gênero! Isto dá benefícios indiretos e diretos a homossexuais na hora do mercado de trabalho, pois inviabiliza ao contratante dispensar o mesmo do serviço ou “discriminá-lo” [no sentido de tira-lo da seleção por não atender as exigências do cargo proposto] na hora da seleção para o emprego. Isto cria uma certa “cota para homossexuais” no mercado de trabalho, pois intimida o contratante na hora de selecionar o novo empregado por medo de ser punido pela lei com reclusão, multa e fechamento do estabelecimento. Este tipo de privilegio é absurdo!
Outro ponto curioso:

 Art. 8º-A. Impedir ou restringir a expressão e a manifestação de afetividade em locais públicos ou privados abertos ao público, em virtude das características previstas no artigo 1º;
Pena: reclusão de dois a cinco anos.

 Art. 8º-B. Proibir a livre expressão e manifestação de afetividade do cidadão homossexual, bissexual ou transgênero, sendo estas expressões e manifestações permitidas ao demais cidadãos ou cidadãos.
Pena: reclusão de dois a cinco anos

Existem locais apropriados para manifestações de carinho entre casais? Sim existem! Uma praça, um cinema ou algum show artístico. Mas uma escola é local para ficar namorando? Uma igreja? Um estabelecimento pode impedir que manifestações de afeto [beijos]? Sim, pode. Se o mesmo é particular então o dono que cria as regras do mesmo. Isto nunca foi problema algum para heteros. Agora homossexuais.... Se a diretora de uma escola impede um casal gay de se beijar dentro da escola assim como impede um casal hetero de se beijar dentro da escola [muito comum em colégios católicos] o casal gay pode mover um processo contra a escola por conta desta atitude da diretora. Se um padre ou pastor dá uma bronca num casal que fica de namorico na igreja ele está no seu direito, mas e se for um casal gay? Os mesmos podem ser presos por esse ato! O que prevalece então? O bom senso. Esta lei não fala até onde podem ir essas manifestações afetivas! Se um casal gay pratica ato libidinoso em local publico, seria ato obsceno, danos morais e atentado violento ao pudor. Mas será que seria mesmo para um casal gay? Pela lei parece que os mesmos estão salvaguardados perante esta questão.

Faltaram pontos que eu pudesse trabalhar melhor essa lei, mas estes pontos vão aparecendo com o tempo. Mas lembrando, eu sou homofobico? Não! Não sou. Não estou discriminando homossexuais, estou fazendo uma critica a esta lei totalmente tendenciosa, discriminatória e anti constitucional.

8 comentários:

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  2. Reubert, n poderia deixar de comentar...
    Primeiramente sei que vc n é homofóbico. Mas vamos lá... a Contituição Federal (CF) não garante direitosdiretos a ninguem, ela é apenas uma base q deve ser seguida e complementada com leis próprias. Interpretando o art. 5 onde diz q todos são iguais perante a lei um casal gay poderia, por exemplo, se casar no cívil, mas isso n acontece, sabe pq? Pq existe uma lei complementar a Lei nº 10406/2006 mais conhecida como Código Civíl em seu artigo 1514 onde diz "O casamento se realiza no momento em que o HOMEM e a MULHER manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados." (Casa Civíl, grifo nosso. Então que igualdade é essa q a CF dá a todos?! A questão do trabalho é outra coisa, se um gay for demitido ou ter emprego negado por causa de sua condição sexual (digo condição pq ninguem opta por ser gay ou é orientado p isso) cabe a ele/ela provar isso, caso n seja provado ele/ela pode ser processado por calúnia e difamação, existe lei p isso. Outra coisa, os gay não querem ser mais ou menos privilegiados que outras pessoas... Vc disse do preconceito q sofrem os meteleiros, roqueiros, ateus, etc, mas isso é muito frágil, ser gay como ja disse n é uma escolha... nascemos assim... agoras essas categorias q vc cita são sim ESCOLHAS de vida, ao optar por ser metaleiro ou ateu assumo as dores e alegrias q isso me acarreta.Agora ser gordo, magro, alto baixo, não são escolhas, porém essas pessoas n sao atacadas por skinheads, ou apredrejadas na rua como os gays são!!! Muito me admira um estudante de gênero escrever essa frase:"...não compactuam com suas escolhas" q escolha Reubert?! Ninguem nasce é opta por uma sexualidade, ou vc ao nascer marcou um X na condição Hetero?! Por favor neh!
    Pra finalizar, quando a PLC 122 em seu artigo 08 se refere a proibição explicita de alguns LUGARES PÚBLICOS de proibirem atos de carinho entre casais gays. Isso acontece, em Goiânia, por exemplo, um shopping escreveu placas proibindo afeto de pessoas do msm sexo, resultado as ONGs de direitos civis e gays protestaram e o shopping só retirou as placas quando sua clientela, na maioria gays de classe média, pararam de frequenta-lo. Mas concordo que um casal gay se "pegando"em praça pública é feio da msm forma q um casal hetero. Ou vc acha q so por causa da lei os gays vao sair por ai trepando ao ar livre, por favor neh! Alem disso, Igrejas não são locais dessas coisas, n importa a sexualidade da pessoa. A PLC 122 é importante para isso, coibir e punir atos de descriminação e preconceito. Essa discução tb foi forte qdo aprovaram a lei do racismo, as pessoas acharam que os negros iam sair por ai pŕocessando o mundo!!! Isso aconteceu?! N estou dizendo que os gays são as melhores pessoas do mundo, q são perfeitos, longe disso,tod@s são seres humanos e como tal cometem erros e abusos, mas n podemos generalizar isso. Como vc disse o bom senso é importantíssimo!!!
    Não se preocupe pois nós gays não vamos mandar prender todo mundo q nos olhe torto, mas queremos o respeito de tod@s!!! Pagamos impostos e temos deveres como qualquer outr@ cidadão/ã, então pq temos nossos direitos negados e temos q sofrer com o preconceito e a violência da sociedade?! O ideal era que não precisasse dessa lei, mas infelismente o ser humano precisa de legislações para domar seus instintos selvagens de rejeitar o diferente. Então é por isso q a PLC 122 é necessária SIM!!!
    Rodrigo Brandão

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  3. Considerações interessantes Rodrigo. E teve bom ter lembrado que eu não carrego magoa nem ranço algum contra homossexual algum e nem desrespeitei homossexual algum nessa pequena dissertação que visava uma critica a formulação da PLC 122. Anyway, let’s GO!
    A Constituição lança as bases para as demais leis, e nela lemos que TODOS NÓS, SEM DISTINÇÃO DE QUALQUER NATUREZA, somos iguais. Logo seria de se esperar que tanto eu quanto você sejamos iguais perante a lei, seja nas leis trabalhistas, civis, militares ou o que tiver. Somos sim iguais. Mas como todos nós sabemos o Brasil é a terra da impunidade, da falcatrua e cara-de-pau. O problema da Constituição Federal [e eu até sinalizei isso em outra discussão sobre essa mesma temática] é que ela acaba dando valor demais para os Direitos Humanos e se esquece dos direitos civis, logo, por conseqüência, bandidos acabam tendo mais direitos do que cidadãos de bem e cumpridores de seus deveres cívicos. Esta questão do casamento homossexual nem entro no assunto porque acho um absurdo... absurdo proiberem ou não reconhecerem a união cívil de homossexuais, afinal, ao negar este direito acabam negando a condição de seres humanos e incluso nesta condição está a capacidade de ser unir em comunidade, procurar um par e viver em estado de harmonia com esse par. O problema da redação da lei que você citou está no quesito religião. Como o próprio Malafaia citou em uma discussão com uma das redatoras do próprio estatuto da homofobia, “O Estado brasileiro diz-se laico, mas o povo não o é! Por esta razão as vontades do povo que deva prevalecer sobre as vontades de grupos sociais.” Embora eu não concorde com a figura dele, devo admitir que ele é bom em retórica e não deixa de ter razão ATÉ CERTO PONTO. O Estado é sim laico, mas o povo é cristão em maioria esmagadora constituindo 92% da população, onde os outros 7% é dividido entre judeus, muçulmanos, hindus, ateus, agnósticos, gnósticos e sem religião. O povo exerce grande influencia nas decisões tomadas por nossos legisladores. Por essa razão que ainda é “proibido” o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O único empecilho é esse, o fator religião. E para isso, meu amigo, podem colocar todos na cadeia que não vai mudar. Religião é difícil mudar, pessoas religiosas são difíceis de se mudar a cabeça ainda mais quando junta-se religião e ignorância. É uma lei atrasada? Sim, se é! Deve ser mudada? Sim, e o mais rápido possível. Se eu tenho o direito de me casar com a mulher que eu quero, porque você que é homossexual [como você mesmo disse logo abaixo] não teria esse mesmo direito? Mas minha discussão não centrou nesse debate sobre esses direitos, mas sim sobre a aquisição de vantagens diretas e indiretas nas leis brasileiras como bem demonstrado no texto base dessa discussão.

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  4. A questão do trabalho é outra coisa, se um gay for demitido ou ter emprego negado por causa de sua condição sexual (digo condição pq ninguem opta por ser gay ou é orientado p isso) cabe a ele/ela provar isso, caso n seja provado ele/ela pode ser processado por calúnia e difamação, existe lei p isso.

    Não ficou claro para mim essa resposta. Cabe ao homossexual provar sua homossexualidade ou ao empregador?
    Certo, a pessoa queixosa deve buscar provas de sua condição para levar o processo à diante. Tá! Mas como “comprovar” a homossexualidade? Possíveis parceiros, amigos, parentes? Estes não poderiam mentir para afirmar e favorecer o denunciante? E como “comprovar” essa homossexualidade uma vez que, aprendemos que existem inúmeros casos de relações, desejos e esteriotipos que podem estar ligados ou não a homossexualidade? Então para isso deveria criar-se padrões e jogos de valores para saber quem é homossexual e que não é! Seria um ponto negativo para a luta feminista e dos grupos LGBTT que tentam acabar com esses estereótipos. Uma vez não existindo provas concretas de se “comprovar” a homossexualidade, então vira um jogo de palavras: a minha palavra contra a dele. “E como eu alego que sou gay e não tem como comprovar essa condição, como que faz!? Praticamente, vitoria de quem está queixando!” E com essa PLC 122 os homossexuais ganharam uma vantagem a mais nessa possível disputa e criaram uma mordaça no contratante que por motivos alheios a simples condição sexual do contratado teve que dispensá-lo pode correr o risco de perder sua liberdade, dinheiro, tempo e negócios devido a esses problemas com empregados. Ficou delicado tratar dessa questão.
    E se homossexualidade não é escolha, mas sim uma condição, então devemos afirmar que essa condição tem fortes raízes biológicas. Algum fator biótico ou até mesmo ambiental poderia influenciar nessa característica de certos indivíduos. Ou não, pode ser impulsos e desejos que a pessoa tem a capacidade de seder/escolher senti-los/vivê-los ou não. Um homossexual pode ter família, filhos e viver uma vida inteira dentro do armário sem nunca ter uma experiência sexual, enquanto outros numa “primeira oportunidade” rendem-se a esse desejo, impulso. Questão de escolha. Mas ai entra as questões psicológicas de até onde vai essa repressão e suas possíveis seqüelas. Mas ainda sim trata-se de uma condição de escolha entre ceder ou não aos impulsos. Certo?

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  5. Mas ai vem o discurso que é uma construção social característica de certos indivíduos que não se identificam com seu corpo e transformam ou não, sentem atração por pessoas do mesmo sexo e acabam vivendo ou não essa atração. Ou seja, mais uma vez, uma condição de escolha afetiva, de desejo, de necessidade, de condição. São escolhas! Por mais que as feministas, teóricas de gênero tentem quebrar e desvencilhar essas condições, elas sempre vão continuar sendo escolhas!
    A questão da construção dessa homossexualidade foi acima debatida. Certo, aos demais você realmente tem a escolha de ser ou não ser. E ao contrario do que grupos LGBTT tentam pregar, essas demais minorias sofrem sim os mesmos tipos de violência urbana que um homossexual está sujeito a sofrer. Muitos rockeiros, metalleiros, rappers e demais grupos ligados a musica sofrem violência urbana ligado a guerra entre outros grupos. Alguns mais tolerantes outros nem tanto. Skinheads também atacam esses outros grupos ligados a musica, a religião e ao porte físico sim! Basta conversar com algum metalero de SP, BSB ou do Sul do país [regiões essas com alto índice de grupos neonazistas e de ódio, a lembrar que existem skinheads nazistas, anti nazistas, racistas, anti racistas, comunistas, anti comunistas, rockeros, anti rockeros] que eles vão ter alguma história referente a violência de skinheads contra esses rockeros, gordos, magrelas, altos ou baixos. A questão do ateísmo acredito que eu expressei o tipo de perseguição que ateus sofrem, semelhante a de homossexuais desde a antiga Grécia até os dias atuais. E mesmo assim, não existem leis específicas para resguardar o direito dessas minorias.

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  6. “Ninguem nasce é opta por uma sexualidade, ou vc ao nascer marcou um X na condição Hetero?!”
    Mas pelos mesmos estudos sobre gênero essa condição de hetero pode modificar com o tempo. Não é isso que mais lemos? Essa desconstrução do pronto e acabado? Se a sexualidade é transitória, a se dizer a grosso modo, logo trata-se mais uma vez de escolhas.
    Você por exemplo, até onde sei já teve namoradinha na escola, possivelmente deve ter ficando com outras garotas e ter tido experiências heterossexuais, mas por algum fator qualquer que seja, optou por ser gay e ter um namorado. Antes você era hetero e depois virou gay, ou sempre foi gay com experiências hetero? Naquela época em que você tinha namoradinhas e experiências heterossexuais você já sabia que era gay?

    Quanto ao caso por você apresentado, o do shopping. Realmente um abuso absurdo. E isso sim deve ser combatido. Mas sem querer levantar bandeira alguma, algum motivo a direção do shopping teve para tomar essa atitude [não estou dizendo que foi correta, porque não foi!], pois como você mesmo disse, grande parte do publico consumidor era composto por homossexuais e eles não jogariam metade da sua clientela fora por simples preconceito, a menos que fosse ignorantes demais para cometer tal atitude! É um fato a ser analisado com mais cuidado.
    Para fechar, eu sei que os homossexuais não vão sair por ai metendo processo em todo mundo, mesmo porque não representam nem 3% da população total do Brasil. São preocupações exageradas, pois no Brasil as leis novas tem a tendência de desaparecer com o tempo e serem apenas mais um artigo ou um parágrafo a mais no Código Penal. Mas a critica central das minhas argumentações não é necessariamente a aquisição de direitos dos homossexuais, mas sim a necessidade que as nossas leis tem de serem totalmente reformuladas para que TODOS os cidadãos independente de crédulo, “descredulo”, opção de vida, etnia, cor da pele, sexualidade, nível de escolaridade, enfermidade, visão política x ou y sejam discriminadas no dia-a-dia. O Estado precisa rasgar a constituição, refazer outra abrangendo todos, rasgar o código penal, criar um com leis mais rígidas e o principal, investir em educação e informação. Só assim os antigos preconceitos vão sumindo com o tempo. Porque note, quem debate esse tipo de assunto? É a elite intelectual deste país. O povão mesmo não sabe nem por onde passa PLC, gay, direito, hora do café... nada. O povo sempre fica a par dessas decisões e debates políticos que são importantes para essa nação. É necessário sim haver a criação de leis rígidas e que defendam os direitos do cidadão, não do bandido.
    Grato por comentar, a idéia do blog é essa mesmo, levantar debates, pontos de discussão e o debate inteligente sobre diversos temas.
    Abraços.

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  7. Então, alguns esclarecimentos. Pelo que vi fiz uma bagunça danada por aqui com relação a termos e teorias sobre a sexualidade humana. Deve ficar claro que esses estudos sobre sexualidade estão longe da minha compreensão ainda mais no que se trata sobre homossexualidade. Creio que eu não seja o único ignorante no mundo sobre essas relações de gênero, vontades, desejos, repressões e atrações sobre sexo oposto ou sexo igual. É de fato uma bagunça quando entra-se nesse sentido de sexualidade, pois não existe como definir 100% as origens da homossexualidade. Por tanto, creio que não seja um único fator referente à homossexualidade que exista, mas sim uma serie de fatores.
    Quando digo que homossexualidade é uma construção social digo isto porque ela não deixa de ser uma construção da sociedade. Ela faz parte de laços específicos de comportamento social de determinados indivíduos. A mesma pode ser sim analisada e puxar suas origens em fatores sociais como construções de gênero [o que é de homem e o que é de menina e o que deveria ser repreendido por ambos] e condições de comportamentos dos indivíduos. Sabemos que a quebra de paradigmas e de estereótipos é importante para buscarmos uma solução das origens da homossexualidade humana. Essa quebra faz-se importante para tirarmos o binarismo das relações humanas [macho e fêmea, masculino e feminino, homem e mulher], pois por mais que tentamos analisar a homossexualidade, a mesma sempre acaba no binarismo de que homossexualidade masculina, tendências afeminadas, homossexualidade feminina, tendências masculinizadas. E nem sempre isso ocorre. Em vários casos a menina pode ser uma “flor” de pessoa e desenvolver atrações por outras mulheres. No caso do homem ele pode ser o machão borracheiro, grosso, pega todas, mas seu desejo é por homens. Ou podem ser travestis que não necessariamente tenham atração por pessoas do mesmo sexo ou se transvertem para satisfazer um fetiche e praticam sexo heterossexual. De todo modo, existem construções sociais a cerca desses fatores sexuais.
    Boa parte das relações humanas perpassa sim pelo jogo de poder entre os sexos. Tanto o sexo biológico quanto o ato sexual. Pessoas se identificam segundo essa ordem sexual social. Homens se identificam com outros homens devido a uma serie de fatores pré estabelecidos que os identifiquem como homens, assim como mulheres, assim como homossexuais. Mas, não devemos pensar nisso como padrões prontos e acabados, pois de outro modo não passaríamos de robôs seguindo regras comportamentais. Mas não o somos. Por mais que existam pessoas sem personalidade própria e que sigam o meio, ainda sim essas pessoas não são robotizadas, manifestando seus achismos a cerca dessas identificações sexuais. As relações humanas são de tal forma complexas que a razão humana está a milênios buscando entender o Homem e até hoje nunca se chegou a um veredicto.

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  8. A homossexualidade poderia trilhar o caminho de uma construção social segundo como aquela sociedade pensa a homossexualidade. Nossa sociedade ocidental, por exemplo, mesmo com toda a homofobia, machismo e sexismo dá certas liberdades aos homossexuais com referencia a comportamentos no meio social. A sociedade aceita que homens se transvertam de mulher e vice-versa, aceita que homens e mulheres mudem suas genitálias, que usem determinados tipos de roupas, que manifestem sua homossexualidade de maneira mais aberta ou não, tão nítida ou não, mais clara ou não. Diferente por exemplo do Irã que existem homossexuais, mas estes para não serem mortos tem que se comportar como homens e as escondidas saciar seus desejos sexuais com um igual. Eles seguem o padrão masculino daquela região, mas ainda sim mantém seus desejos “vivos”.
    A homossexualidade seria uma questão de escolha?
    Provavelmente sim. Por mais que a pessoa tenha impulsos e desejos por outra pessoa do mesmo sexo, a mesma ainda tem a opção de reprimir esses desejos. Mesmo que a psiquiatria não recomende a repressão de desejos, pois os mesmos podem gerar danos "psicofisiologicos" extremos, o individuo pode optar em saciar ou reprimir esses desejos. Existem inúmeros casos de homossexuais que não cedem a seus desejos sendo capazes de esconder de toda a sociedade suas vontades e desejos, constituindo uma família hetero, tendo filhos e morrendo velho sem nunca ter tido um ato homossexual. Pelo menos não declarado, pois talvez no ato da masturbação o mesmo possa externar esses desejos amenizando os danos. Enfim, essa pessoa no exemplo mesmo havendo impulsos pelo sexo oposto optou não ceder de forma completa aos mesmos seguindo uma vida heterossexual. Da mesma forma homossexuais. Existem homossexuais que tiveram experiências heterossexuais numa parte de suas vidas, mas prevalece seus desejos pelo mesmo sexo. A sexualidade humana até certo ponto trata-se de questões de escolhas afetivas e de padrões comportamentais sociais. Essas escolhas pendem tanto para o lado homossexual, quanto heterossexual ou bissexual. O estudioso da sexualidade humana Kinsey criou até mesmo um gráfico quantitativo de até aonde vai às tendências do ser humano. Segundo suas pesquisas as pessoas na maioria das vezes encontram-se em seus gráficos em grau 2 ou 3, ou seja, são quase bissexuais. Em raros casos ou são heterossexuais exclusivas ou homossexuais exclusivas. E muitas dessas experiências perpassam por questões de vinculo afetivo e opções sexuais feitas durante a vida da pessoa.
    De todo modo, lembrando que não sou um expert sobre essas questões, mas sim um ensaísta sobre essa questão e que o mesmo pode está totalmente errado, ou certo ou em meio termo [de todo modo não importa], concluo que as pesquisas no campo da sexualidade humana não devem ser exclusivas biológicas e nem exclusivas sociais/comportamentais, pois existem uma serie de fatores [que uma pessoa mais instruída nessa área poderia esboçar melhor os termos, semelhanças e diferenças entre uma e outra, elaborando um raciocínio mais claro e preciso quanto a essa temática] que podem determinar a sexualidade do individuo. Entre estes fatores podem estar inclusos fatores biológicos, ambientais, sociais, comportamentais e psicopatológicos.

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